E mais um ano termina. Todo o mundo a fazer balanço de como foi o ano que fica para trás. Uma chatice. Em geral as pessoas relatam alguns contratempos mas sempre sempre sempre são um espetáculo de bravura. Ou como gostam de adjetivar: são umas guerreiras. Duas palavras que detesto: luta e guerreira. A primeira me aborrece especialmente quando aparece no âmbito da educação. Tem texto de educador que a palavra luta aparece mais que conhecimento. E a palavra guerreira ficou para mim marcada por conta do câncer. A verdade é que passei pelo primeiro ano pós tratamento, visitas ao médico de 3 em 3 meses. No segundo ano, este que se inicia (2020), manteremos a regularidade desta peregrinação. Só no terceiro ano as visitas aos médicos serão a cada seis meses. A cada consulta periódica, quando os exames estão todos bons, renasço. Este ano tivemos um susto, um susto enorme. Havia a suspeita de um câncer novo, desta vez incurável. Fiquei arrasada. Foram dias de pavor até que o resultado dos exames saíssem. Eu amo viver! Tem sido cada vez mais solitário, mas eu amo cada dia, cada minuto, cada refeição, cada travesseiro macio na cama...Graças a Deus deu tudo negativo. Mas o medo agora, minha gente, tá sempre comigo. Medo de ir embora sem conhecer meus netos, sem ver o que cada filho meu vai fazer da vida, sem ir ao Marrocos com o Pedro. Mas curiosamente o tal câncer fatal que afinal eu não tinha fez-me pensar muito (mais do que da outra vez quando afinal eu tinha câncer!): eu estava sendo negligente com a vida e procrastinando tudo que deveria fazer para ser feliz. Tomei juízo. Mandei a morte catar coquinhos, ela que estava alojada na minha casa. Parei de pensar na morte e passei a cuidar da vida. Se eu não fizer isso, ninguém faz por mim. O medo não foi embora, continua acampado na minha casa. Acho que ficará para sempre...mas os pensamentos permanentes sobre a morte deixaram de existir. Foi demais, perder meu pai, o câncer, as despedidas dos cães, da Terezinha....Mas agora tenho a saudade e só. Acabei fazendo um balanço de 2019 também, desculpem! Na realidade, não importa! As fotos são de um entardecer aqui em Uberaba....Fez-me lembrar porque mesmo escolhi morar nesta cidade....Em outro post respondo a pergunta do título!
sábado, 28 de dezembro de 2019
Quantos anos de vida ainda tenho? Quantos anos de vida ainda desejo?
E mais um ano termina. Todo o mundo a fazer balanço de como foi o ano que fica para trás. Uma chatice. Em geral as pessoas relatam alguns contratempos mas sempre sempre sempre são um espetáculo de bravura. Ou como gostam de adjetivar: são umas guerreiras. Duas palavras que detesto: luta e guerreira. A primeira me aborrece especialmente quando aparece no âmbito da educação. Tem texto de educador que a palavra luta aparece mais que conhecimento. E a palavra guerreira ficou para mim marcada por conta do câncer. A verdade é que passei pelo primeiro ano pós tratamento, visitas ao médico de 3 em 3 meses. No segundo ano, este que se inicia (2020), manteremos a regularidade desta peregrinação. Só no terceiro ano as visitas aos médicos serão a cada seis meses. A cada consulta periódica, quando os exames estão todos bons, renasço. Este ano tivemos um susto, um susto enorme. Havia a suspeita de um câncer novo, desta vez incurável. Fiquei arrasada. Foram dias de pavor até que o resultado dos exames saíssem. Eu amo viver! Tem sido cada vez mais solitário, mas eu amo cada dia, cada minuto, cada refeição, cada travesseiro macio na cama...Graças a Deus deu tudo negativo. Mas o medo agora, minha gente, tá sempre comigo. Medo de ir embora sem conhecer meus netos, sem ver o que cada filho meu vai fazer da vida, sem ir ao Marrocos com o Pedro. Mas curiosamente o tal câncer fatal que afinal eu não tinha fez-me pensar muito (mais do que da outra vez quando afinal eu tinha câncer!): eu estava sendo negligente com a vida e procrastinando tudo que deveria fazer para ser feliz. Tomei juízo. Mandei a morte catar coquinhos, ela que estava alojada na minha casa. Parei de pensar na morte e passei a cuidar da vida. Se eu não fizer isso, ninguém faz por mim. O medo não foi embora, continua acampado na minha casa. Acho que ficará para sempre...mas os pensamentos permanentes sobre a morte deixaram de existir. Foi demais, perder meu pai, o câncer, as despedidas dos cães, da Terezinha....Mas agora tenho a saudade e só. Acabei fazendo um balanço de 2019 também, desculpem! Na realidade, não importa! As fotos são de um entardecer aqui em Uberaba....Fez-me lembrar porque mesmo escolhi morar nesta cidade....Em outro post respondo a pergunta do título!
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