segunda-feira, 10 de agosto de 2020

E se um anjo lhe concedesse a alegria de GARANTIR que seus filhos aprendessem três coisas...

 

O que você gostaria que seus filhos aprendessem? Que aprendizagens são imprescindíveis? Eu pediria ao anjo que eles aprendessem a discrição, a amar com generosidade e a saber ouvir. Coisas simples, mas de grande impacto em nossas vidas quando não fazemos direito. Eu mesmo não as faço, mas gostaria. Por isso a preocupação....

quarta-feira, 1 de julho de 2020

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domingo, 24 de maio de 2020

Ensinar a dúvida


Chove muito. E faz frio. Estamos em maio. Cadê a beleza do outono, cadê o céu lindamente azul...? A primeira coisa que li ao acordar foi sobre "a urgência de darem esperança para o povo brasileiro". Em inglês. Nos outros países consomem o lixo de notícias que enviam e levam do nosso país, sem nunca duvidar do que lhes chega aos ouvidos. Sigo ensinando aos meus filhos a dúvida como forma de checar os interesses, não a verdade, mas os interesses de tooodos os envolvidos. Muitas "lives" tentam antecipar como será a vida pós pandemia. Eu tento antecipar saberes necessários para a vida dos meus filhos no futuro que viverão, tipo duvidar. 

domingo, 3 de maio de 2020

Sobre o amor, mais uma vez (e não será a última)

O amor já era tema frequente neste espaço, mesmo antes dos meus filhos chegarem. Para quem não sabe, meus filhos chegaram todos ao mesmo tempo. Chegamos em casa depois de 9 horas de viagem, sentados em suas cadeirinhas no banco de trás do carro. Eles abriram os presentes de Natal, deixados pelo Papai Noel e brincaram. Éramos cinco estranhos dentro do carro. O que eles estavam a pensar do que estava a acontecer, em suas cabecinhas de criança, não saberemos nunca. A pequena Alice aparentemente adaptou-se melhor e logo me entendeu como sua mãe. Os meninos, um pouco maiores, esforçavam-se por entender as regras da nova vida e tentar encontrar nos dois adultos que agora eram seus responsáveis algo que pudessem amar. Por que o amor, minha gente, não aparece assim como mágica, simplesmente porque alguém resolve adotar três crianças. Muitos adotantes qualificam o amor que sentem pelos filhos adotivos como "amor a primeira vista". Há muito romantismo e clichês quando o assunto é adoção, e como meu marido e eu não nos ajustamos a essa lógica que pasteuriza as relações, nossa história não é bem vista em grupos apoio a adoção. Por que assumimos que o amor pelos filhos que chegam pra gente pela adoção é uma construção. Assumimos medos em geral desconsiderados na narrativa dos outros pais adotantes. Como mãe, senti medo de não amar, ou amar pouco, ou amar errado (amar por pena). E será que eles(meus filhos) me amarão por gratidão? E minha família, amará meus filhos? Meus pais amarão meus filhos na mesma medida que amam os netos "de sangue"? Quando um bebê nasce em uma família, as pessoas festejam, visitam, presenteiam. Tenho sobrinhos, sei do amor que senti quando os vi pela primeira vez, conheço a sensação, da vontade louca de pegar no colo os pequeninos, de estar presente na vidinha deles.  E se minhas irmãs não demonstrassem o mesmo por meus filhos? Não ter meu DNA significa que não terão meu nariz, a cor da minha pele e logo não teremos aqueles comentários do tipo "ai, tem o seu queixo!" que tanto fortalece os laços entre pessoas da mesma família. Ter semelhanças físicas é um passaporte para pertencer ao grupo. E se minhas irmãs acolhessem meus filhos como quem acolhe os filhos de um amigo, por simpatia e não amor? Meu pai, quando as crianças chegaram, esteve engajado em dar-lhes subsistência. Ele achava que eu e meu marido tínhamos feito uma boa ação em adotar as crianças (o que é muito comum na sociedade). Meu pai foi o avô mais fantástico que eu um dia poderia imaginar. Ele permitiu-se o enamoramento. Na convivência deles eu vi meu pai superar os clichês e apaixonar-se por cada um deles. Porque a família também precisa estar disponível para o amor, como meu pai esteve, e talvez não seja justo pedir que também estejam nesse espírito de amar. Em uma reunião de apoio a adotantes, uma senhora contou que simplesmente cortou da convivência familiares que não amaram o filho adotado. Não sei se é justo, mas por vezes é o que se pode fazer para impedir que nossos filhos sofram rejeições e desamor. Em tempo, a imagem é minha filha usando um coque "Banana". Ela não tem meu nariz, mas vai pouco a pouco apreciando meu espírito. 

sexta-feira, 10 de abril de 2020

Arroz doce

Pai, hoje é sexta-feira da paixão. Por aqui a coisa está louca! Imagine, estamos todos de quarentena. Ninguém pode sair de casa, você iria detestar. Estou fazendo arroz doce, em sua homenagem. Não é tão bom quanto o seu. O Alexandre continua apaixonado por chocolate branco, como era o avô. Pediu um ovo branco de Páscoa. Você ia adorar uma novidade, agora há chocolate branco em pó para misturar ao leite! Sentimos que você não tenha experimentado. Sentimos muito a sua falta. As crianças estão enormes! O Alexandre entrou no ensino médio e está fazendo computação gráfica. Tem bigode e o coração habitado por uma mocinha. O Genaro está tomando um remédio para o coração, outro para o pulmão e um terceiro para o quadril. Nosso velhinho está muito amoroso. Tem hora que ele me olha e tenho certeza que se pergunta "Por que ele tirou a barba?"! Vai ser muito difícil para as crianças (e para mim) quando ele partir. É muito amor. As despedidas são sempre mutilantes, mas são uma confirmação de que só o amor faz sentido nesse mundo. Te amo, Raimundinho!

terça-feira, 17 de março de 2020

Tarde de exames...

A cada três meses faço uma bateria de exames para a oncologista e o mastologista. Ontem estive na clínica para dois exames simples (quando não levo "agulhada" considero simples). Foi tudo insuportável. Como a ameaça do coronavírus imaginei que a clínica estaria vazia, só mesmo quem não tem escolha (como eu) iria em um lugar como esse nesse momento. Estava lotado, inclusive com muitas pessoas de idade. Um paciente, 5 acompanhantes. Ir a médico é tipo passeio em família. Aliás, consultório médico e afins é point de passeio. As pessoas se arrumam, se perfumam, como se fossem ao shopping fazer compras. Na recepção, sentei-me ao lado de um senhor por volta dos 65 anos. Acreditam que o cara estava vendo vídeo pornográfico no facebook? Fez uma pausa, falou com alguém sobre um depósito no banco, voltou para o vídeo asqueroso. Veja bem, não condeno pornografia, mas em público, com crianças por perto? Fui chamada, tive que esperar em uma segunda sala de espera. Estive nela com meu pai, quando descobrimos o câncer dele. As lembranças me deixaram pesada...Ao meu lado um menino via filme no celular (ufa! não era pornográfico!) acompanhado pelo pai, também no celular. Os médicos passavam para lá e para cá, com arrogância. Eles fazem parecer que a vida é só isso, descobrir um nicho em que você consiga parecer superior aos outros por algum motivo e ficar ali gozando dessa superioridade. As moças do atendimento falam com os "drs" como se eles fossem celebridades, e os drs e dras adoram a paparicação. Passa uma moça da limpeza com olhar mais sabido que o de todo mundo ali....O dr do ultrassom podia ser médico em campo de concentração. Tratou-me como um pedaço e carne. O "técnico" do raiox pareceu mais humano.Fiquei bem deprimida....

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2020

Ser sendo quem sou


O dia aqui está horroroso! É verão, mas estou de casaco. Chove fininho. Com as gotinhas que caem sobre a superfície da piscina parece haver uma grande taça de champagne a efervescer no meu quintal. Mas não é bonito. Os cães dormem a minha volta e eu aproveito o silêncio para escrever. E estudar! Resolvi investir em uma formação para ser instrutora de yoga para crianças. Na imagem, minha filha Alice medita em uma aula (que não foi dada por mim). Ao fundo vê-se também meu pequeno Lauro. Fui me apaixonando pela ideia. As vezes acho que sou turbulenta demais para o oficio. Vou tentar ser sendo quem sou. Tudo para não entregar-me aos espinhos da contemporaneidade. 

sábado, 18 de janeiro de 2020

Sequelas do câncer, para quem quer ouvir


Terminei as sessões de quimioterapia em agosto de 2018, mas minhas unhas ainda não se recuperaram. Para quem não sabe, as unhas de uma pessoa em tratamento quimioterápico caem. Não acontece com todas as pessoas e quando acontece podem não cair todas as unhas. Minhas unhas dos dedões do pé ainda estão a se recuperar, há uma porção solta em cada dedo. Para que serve esta informação para quem lê meu blog? Nada, a não saber mais sobre tratamento de câncer e talvez ter mais compaixão pelos doentes. Para mim, o pós tratamento tem sido difícil. É uma fase em que você já tem cabelo, sobrancelha, cílios....e as pessoas acham que você está zero bala! As unhas feias parecem que eu sou descuidada, que tive uma micose não um câncer. É terrível, acabou a suposta  bondade com que me tratavam porque estava com o "pé na cova". Sem falar na expectativa que as pessoas têm de que eu tenha melhorado como pessoa com a doença. Eu já ouvi de uma pessoa muito próxima com muita indignação (da parte dela) que eu não consegui melhorar nada com a doença! Mas essa pessoa não me pergunta das minhas sequelas. E fiquem sabendo, são muitas. Recentemente o cantor Beto Barbosa interrompeu um show sentindo-se mal. Ele fez um tratamento de câncer severo. A produção dele diz que o mal estar que o impediu de terminar o show nada tem a ver com o câncer já curado. Eu fiquei pensando que provavelmente as sequelas do câncer o tenham fragilizado. Eu não consigo falar por mais de duas horas, minha voz finda. Como professora, imagine quanto isso é ruim! Ele conseguiu 30 minutas, cantar e dançar. Eu não consigo cantar os coros da igreja!