Que saudade tenho da minha escrita de antes de tudo: antes da universidade, antes de saber tanto de tão pouco, antes de me criticarem tanto, antes de ler tantos que parecem saber tanto...Só escrever, pegar nos pensamentos e colar neles palavras. Aquelas deliciosas redações da escola, sem "politicamente correto" e sem doutrinações. Escreva sobre...."As férias de julho", "Pirata, meu cão de estimação", "Minha pessoa favorita". Talvez eu esteja APENAS a ficar mesmo velha, velha daquele tipo que acha que o "antigamente" era sempre melhor. Mas se eu fosse adolescente dos dias de hoje, não apreciaria JAMAIS escrever sobre "O papel da mulher negra na reconfiguração da sociedade patriarcal". Credo. Coitados dos meus filhos. Será que essa porcaria vai se estender e alcançar meus netos? E todos consideram-se aptos a escrever, não apenas do ponto de vista da mecânica da escrita, mas da substância também. Qualquer "eu acho" pode rechear o miolo de um livro e entreter milhões de miolos moles. Biografias de cantoras adolescentes e youtubers, manuais de fazer quase tudo "melhor" que todos os outros mortais, livros infantis sendo escritos como quem cola adesivos em um caderno. Devo estar mesmo tombando para o grupo das velhotas ranzinzas! Quadrinho da Alice a contar os dias para celebrar seu aniversário!