Tenho andado soterrada por trabalho da pior espécie, daquele que vem acompanhado por uma corja de sentimentos e questões que nos fazem pessoas piores. É trabalho demais e de péssima qualidade. Mas o que mais me apavora é como podemos ficar obcecados com os ambientes e as histórias do trabalho. Houve uma época em que eu não tinha, em tese, trabalho (era "só" estudante de doutorado, e isso não é trabalhar). Quando as pessoas me conheciam e perguntavam "onde" eu trabalhava e eu não tinha nada para indicar "pertença" ficava desqualificada no cenário das relações. Parecia que eu "era o que eu fazia" (ou não fazia" como trabalho). Eu era o trabalho que eu fazia e se eu não fazia nada (em termos de trabalho) eu não era ninguém.Comecei a perceber que as pessoas eram definidas pelo trabalho que realizavam. E então me perguntei, e se tiram o trabalho delas, o que resta? Sabe quando alguém nos pede identificação e a gente diz: Sou Fulana, de tal lugar (de trabalho)? Pois quem eu era e o trabalho (ou o lugar onde eu trabalhava) se confundiam, eram uma coisa só. Eu li sabe lá onde que não devemos dizer nosso nome associando-o à empresa em que trabalhamos. Isso nos reduz como pessoas, dizia o artigo e eu concordo. Depois que li isso, passei a dizer meu nome e sobrenome, e só. Só digo onde trabalho quando perguntam, logo a seguir.Também passei a investir mais em mim no que diz respeito ao não-trabalho, ou pelo menos pensar sobre isso. Tipo, o que você escreveria em um cartão de trabalho: professora e.....? Adivinhadora? Mágica? Aprendiz de acrobata? Passeadora de cães (com a Diana em casa eu poderia dizer isso!). Boa muito boa de soneca? O que resta de você se tirarem o trabalho que você faz, afinal?
quarta-feira, 17 de abril de 2013
segunda-feira, 15 de abril de 2013
Uberaba em Chicago
Mais uma produção realizada pelo Núcleo Experimental de Cinema da UFTM. O produto final foi pensado e orquestrado por alunos do ensino médio e alunos da graduação que integram o núcleo. Escolhas deles, entrevistas feitas por eles, edição deles. Na produção eles começam a desenvolver a criticidade, quando confrontados com as obviedades das suas escolhas. Eles, por exemplo, utilizaram nas e entrevistas a pergunta "O que você faria (ou como gostaria de ser tratada) se fosse A ÁGUA? Eles pensaram na pergunta dentro da categoria "perguntas inusitadas". Mas, ao trabalhar com eles antecipadamente as possíveis respostas eles perceberam que as respostas seriam previsíveis (Gostaria de ser poupada...exceto EU, que diria: Se eu fosse a água eu queria ser um hidrante estourado, pro povo todo tomar banho e se divertir, queria ser usada abundantemente e fazer as pessoas felizes!. O melhor mesmo é vermos os jovens pensando o uso das imagens e dos sons, e deslumbrando-se com os conteúdos! vejam o resultado, o filme será exibido em um evento acadêmico em Chicago, nos próximos dias.
Três semanas de Diana
Três semanas de Diana e muitas mudanças na rotina, de todos os tipos. Podia me alongar aqui apenas descrevendo as artes da pestinha, cachorrona adorável! Mas acho que o que mais me impacta com a história da Diana, são as melhorias que ela fez na minha vida. Quem não gosta de cachorro (ou gato) vá para outro blog, pois acho que você não vai entender nada! A Diana devolveu-me a lucidez. Estava "louca" e obcecada por trabalho, mas a presença dela me obriga a outra lógica no dia a dia. Tem os horários dos xixis, entre 3 e 4 saídas por dia. São momentos dela, que ela não aceita que eu me distraia com nada "para além dela! Ou seja, são 15/20 minutos que eu não posso pensar na faculdade, e minha mente então fica deliciosamente ocupada com doçuras e poesias do passeio (um beija flor que passa pela gente, as senhoras que caminham pela manhã e nos dão cada sorrisão, os matos de Uberaba que me transportam para minha infância e me dão um sossego na alma!). A Diana me fez também resignificar o que antes eu achava urgente. Antes dela eu "estava numa" de responder todos os emails em caráter de inadiável. Pé no freio, se não responder hoje, ora bolas, respondo amanhã. Vamos precisar mudar de casa também, Diana quer um gramado, ela pede com os olhos todos os dias no passeio, quando passamos por casas (terrenos baldios também) com longos gramados e floridos jardins. Sem dúvida, eu ando muitoooooooo mais feliz. Alguém sabe me dizer em que momento da vida dos cães eles recebem o manual "Como ser um cão peralta"??
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