segunda-feira, 11 de maio de 2015

Dia das mães

O autor português Walter Hugo Mãe, meu queridinho da vez, escolheu o sobrenome "Mãe" como nome literário, pois entende não haver força maior que a força contida nesta palavra. Ele diz que "as mães são os únicos seres dotados da aventura da existência". Temos muitas oportunidades na vida de ajudar um outro a existir, mas nenhuma se compara a maternidade. Digo isso do espanto de viver meu segundo dia das mães. Nunca na vida me vi metida em uma aventura tão complexa e assustadora quanto a maternidade. Nunca havia me sentido tão imperfeita e incompetente. Nunca tinha vivido tanta felicidade! Os pequenos nos colocam diante do que somos com uma intensidade única. E não posso fugir do confronto, do enfrentamento, dos olhares que me invadem ávidos por entender a pessoa que sou e entender através de mim o mundo! 

Minha filha tem medo dos meus cílios postiços (que eu nunca usei!) e diz isso rindo de maneira marota. 

Meu pequeno sente dores na barriga e diz que é tipo um vazio, uma porta aberta.Interpretei como solidão, mas chegamos a conclusão que era fome. Depois que ele comeu uma banana disse-me que continuava o buraco entre a barriga e o coração, era mesmo um tipo de tristeza. E ele só tem sete anos! Disse que tem vontade de me abraçar, e que quando eu o abraço o buraco diminui. 

O mais velho deixou de comer carne por uns dias, porque viu na estrada um caminhão cheio de vacas tristes e apertadas. 

Meus filhos são criaturas fantásticas, que por vezes eu tenho vontade de estrangular, mas que às seis horas da manhã já estão a me obrigar a ser inteira e transparente. Agora tenho medo de morrer em acidentes aéreos, coisa que antes não tinha, até gostava imenso ver filmes com tragédias com aviões. Perdeu-se a graça. 




Diana, até parece que é uma fera!
 

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