sábado, 24 de junho de 2017

Dói muito e não tem remédio para passar

Eu não sabia que podia existir uma tristeza que a gente sabe que nunca vai passar. Perdi meu pai na sexta-feira passada. Essa tristeza nunca vai sair de mim, vai ficar ali a espera de um deflagrador, que pode ser um pudim, um arroz doce, um jogo do São Paulo. O homem que me ensinou a coragem, sendo corajoso, me ensinou a honestidade, sendo honesto dos outros debocharem dele, me ensinou a ternura, preocupado comigo como se eu tivesse 5 anos de idade. Parece que me falta uma perna, um braço,falta um pedaço grande de mim. A Alice disse que não gostou dessa ideia do vovô morar no céu. Eu também não, Alice, queria o vovô aqui, fazendo feijoada e criticando minha comida. Deve ser isso o envelhecer, a gente começar a a achar que aqui embaixo já não é tão divertido.

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