Nossa "mente" é como um grande praça por onde transitam os pensamentos. Felizmente, ao contrário das praças que conhecemos que são abertas para quem desejar por ali passar, podemos controlar quem transita por nossa mente. No dia a dia, contudo, não fazemos essa gestão de acesso, e sofremos com vícios, ansiedade e dificuldade de fazer conexões. Mentes perturbadas têm a praça superlotada de pensamentos, que ficam a zanzar de um lado para o outro, a trombar entre si e com nossa consciência, que fica dispersa e confusa. Foi-nos ensinado que termos muitos pensamentos em simultâneo é sinal de produtividade e eficiência. Mas isso não é verdade. Praça cheia leva-nos a exaustão, falta de concentração, baixa criatividade e sentimento de impotência. As redes sociais têm colaborado para esse fenômeno das praças "lotadas", pois entre uma tela e outra, vamos permitindo que imagens e ideias entrem em nossas mentes e ocupem lugar nas nossas praças. Como ter uma ideia nova em uma praça repleta de pensamentos semelhantes (obtidos em uma única fonte)? Como abrir espaço na praça para que os pensamentos nascidos em uma leitura possam circular ali? Práticas como a meditação e até mesmo as orações são uma maneira de esvaziarmos nossa praça, deixando que transitem apenas os pensamentos "autorizados" para aquele momento. Na meditação, por exemplo, só são permitidos os pensamentos relacionados a nossa respiração, as sensações do corpo, ao relaxamento...Muitos pensamentos "penetras" furam nosso bloqueio e tentam atravessar nossa praça correndo: "O que será que vai ter de almoço?", "Não posso esquecer de ligar para a Ritinha", "Troquei a água dos cães?". Cada pensamento intruso é então convidado a deixar a praça.
segunda-feira, 21 de agosto de 2023
segunda-feira, 7 de agosto de 2023
E a inteligência artificial vem aí!
Minha mãe viu uma entrevista com Elon Musk e ficou estarrecida com a declaração dele de que no futuro não haverá emprego e todos seremos obrigados a receber um salário fixo do governo. Não haverá mais emprego, de acordo com o cinquentão endinheirado, pois todo tipo de trabalho será executado por máquinas. As pessoas ficam entre assustadas (como é o caso da minha mãe) e encantadas com essa visão futurista. Eu duvido que as máquinas nos substituam em tudo, a não ser que realmente a espécie humana fique totalmente imbecil e não saiba reconhecer a essência de uma gargalhada ou a profundidade da acolhida de um abraço. Algumas funções podem sem problema ser transferidas para as senhoras e senhores cheios de parafusos, porcas e placas informáticas, especialmente aquelas que colocam a vida humana em risco, tipo mergulhos em grandes profundidades. Eu até vejo com simpatia uma máquina a operar, com o prestígio que os médicos estão na atualidade, muita gente vai mesmo achar melhor ser cortado pela precisão do bisturi de um robô. Mas há algo do "humano" que uma máquina jamais conseguirá incluir na sua maneira de fazer. Veja bem, um bolo de fubá com goiabada pode ser feito apenas seguindo uma receita. Mas todo mundo sabe que a mesma receita fica diferente dependendo da cozinheira que o faz. O que elas fazem de diferente? Elas pensam enquanto cozinham, lembram de pessoas que amam, tentam superar raivas e rancores, cantam...E isso, assim, aleatório e emocional, vindo do coração de cada cozinheira, influencia o resultado final do bolo que servirão. Isso e muitas outras especialidades humanas, como afagar um gato, dar gargalhada em conjunto, passear com um cachorro, fazer um carinho gostoso nas costas da vó da gente. Alguém poderá dizer, calma lá, isso não é trabalho! Pois não é. Mas quem sabe com as máquinas a desempenharem trabalhos estúpidos e arriscados não poderemos repensar o que pode ser considerado trabalho, o valor das coisas (como um bolo de fubá!). Eu faria carinho na minha avó (que saudade dela gente!) de graça!! Novos cenários exigem novas formas de pensar. O que só um ser humano é capaz de fazer??
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