Nossa "mente" é como um grande praça por onde transitam os pensamentos. Felizmente, ao contrário das praças que conhecemos que são abertas para quem desejar por ali passar, podemos controlar quem transita por nossa mente. No dia a dia, contudo, não fazemos essa gestão de acesso, e sofremos com vícios, ansiedade e dificuldade de fazer conexões. Mentes perturbadas têm a praça superlotada de pensamentos, que ficam a zanzar de um lado para o outro, a trombar entre si e com nossa consciência, que fica dispersa e confusa. Foi-nos ensinado que termos muitos pensamentos em simultâneo é sinal de produtividade e eficiência. Mas isso não é verdade. Praça cheia leva-nos a exaustão, falta de concentração, baixa criatividade e sentimento de impotência. As redes sociais têm colaborado para esse fenômeno das praças "lotadas", pois entre uma tela e outra, vamos permitindo que imagens e ideias entrem em nossas mentes e ocupem lugar nas nossas praças. Como ter uma ideia nova em uma praça repleta de pensamentos semelhantes (obtidos em uma única fonte)? Como abrir espaço na praça para que os pensamentos nascidos em uma leitura possam circular ali? Práticas como a meditação e até mesmo as orações são uma maneira de esvaziarmos nossa praça, deixando que transitem apenas os pensamentos "autorizados" para aquele momento. Na meditação, por exemplo, só são permitidos os pensamentos relacionados a nossa respiração, as sensações do corpo, ao relaxamento...Muitos pensamentos "penetras" furam nosso bloqueio e tentam atravessar nossa praça correndo: "O que será que vai ter de almoço?", "Não posso esquecer de ligar para a Ritinha", "Troquei a água dos cães?". Cada pensamento intruso é então convidado a deixar a praça.
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