terça-feira, 22 de junho de 2010

Rede Globo de Televisão, EUA, Schumacher e Eike Batista



É preciso ser incansável para sobreviver e manter o bom humor com a recorrente militância brasuca contra certos ícones de sucesso. A bem sucedida Rede Globo, por exemplo, sempre aparece nas listas de vilãs nacionais. Normalmente quem combate a emissora combate também os EUA, o piloto Schumacher e o industrial Eike Batista, imagens de poder e vigor. Não vou aqui discutir essa estratégia de esquilo na chuva, maniqueísta e simplista, sempre agregando-se aos mais fracos e opondo-se aos fortes. Parto aqui em defesa da Rede Globo e da televisão de qualidade que ela sabe fazer. Quando falo de televisão de qualidade refiro-me ao conceito apresentado pelo British Film Institute,em 1980.Quem quiser saber mais basta ler minha tese . Sou uma telespectadora eclética e determinada, vejo absolutamente tudo que aparece na televisão, pelo menos uma vez, independente de um suposto caráter erudito ou popular. Aliás, os mais próximos acham meu gosto duvidoso, pois aprecio programas de auditório e humorísticos pouco sofisticados. Argumentos tenho muitos, outra hora falo deles. A Rede Globo, além da competência técnica, tem ousado em formatos, abordagens de conteúdos, jornalismo público. Mesmo para aqueles que precisam se contentar com a Globo aberta, é possível ter acesso a programas que apostam em sujeitos pensantes na recepção. O Globo Rural, exibido aos domingos pela manhã, tem reportagens lindas, sensíveis, que nos permitem conexões múltiplas com outros conhecimentos. Nem mesmo a TV Cultura, que teria por princípio exercer o jornalismo público tem conseguido abordar temas na contramão dos interesses de mercado, como a Globo tem feito com eficiência em sua programação. A ousadia ponderada dos produtores e protagonistas globais é a estratégia encontrada por eles para incluir inovações e contribuições de valor social na programação da emissora sem que isso constitua uma quebra de contrato com os patrocinadores.A primeira vez que vi um jornalista perguntar a um cientista de um possível equívoco acerca do aquecimento global foi o jornalista Eduardo Grilo na Globo News! E agora, neste momento tédio de copa do mundo, é possível ver o jornalista esportivo Régis Rösing (o vídeo é um trecho dele) em reportagens que recuperam a história do Brasil pelo viés dos mundiais de uma maneira singular! Quem aí sabia que o primeiro paraquedista brasileiro aprendeu a arte com os nazistas, quando foi "infiltrado" como educador físico da nossa seleção no mundial, objetivando apenas saber como os alemães treinavam seu exercito? Graças ao Régis vou virar perita em Copa do Mundo!Não podemos combater a Rede Globo como se ali só encontrássemos mediocridade e reforço social da miséria da população! O olhar deve ser mais abrangente que isso, por favor.

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