sábado, 21 de março de 2009

Dia Mundial da Poesia: você está mais para bula ou para poesia?


Para algumas pessoas poesia está associada ao texto escrito, à palavra. Mas essa é apenas uma das formas de manifestação poética, poesia é um estado de ser. É uma saia colorida, um jeito de olhar para as gentes, uma forma de escolher as palavras, um enxergar envergado, uma maneira de rir-se da vida. Portanto, existem pessoas que estão mais para relatórios científicos e bulas, e outras para a poesia. Eu pertenço à segunda categoria. Somos minoria? Suspeito que sim. O cotidiano exige-nos uma expressão isenta de poesia. A isso chamam objetividade, clareza, coerência, consistência. A poesia escolhe o caminho da “corda bamba”, goza a vertigem no estômago das quedas abruptas, admite a dúvida, a incerteza. O estado poético assume os vazios das nossas frágeis existências e nomeia-o, “palavras que compõem o silêncio...” E é isso, nesse momento da minha vida, em que tantos são os vazios e as faltas, tomo a poesia como quem prova vinho do porto, e sigo brincando a dar nomes! Só a poesia pode me salvar da aridez a que me submeti...
Hoje eu pensei em sair por aí para aproveitar as comemorações do dia da poesia, mas não foi preciso, minha celebração estava a um clique! Vejam este vídeo que encontrei com a Adélia Prado. Assistam! Vi também o Manoel de Barros, “amor da minha vida!” Sim, sou passional, e que não gostar que coma mais e fique bem gordo!

Um comentário:

Chrispimless disse...

Cara poeta, minha cara escancara de um riso ébrio, quase sem sentido, prá imaginar o teu brilho, lá... no distante... na plataforma em que portugueses se lançaram no atlântico em busca de nossas praias. Amar. A frota cabralina não tinha poeta, apenas o narrador, o escrevedor da primeira narrativa encantada de nossa gente, nua, feliz como as araras e os jabotis.
Fico feliz por vocÊ Ana Paula... por conseguir ser o descrito, o corpo amado que ama, longe dos gabinetes e galardões dos tristes não-poetas empodeirados.
Tudo bem, Platão trocou sua poesia e as bacantes pelo não-ser socrático. Vale. Afinal, tudo vale a pena se a alma não é pequena, com digo Drummond.
Bonito texto e rica referência à Adélia. Pena que os blogs são tão dispersos e solitários, cmo os poetas notívagos.